Sem dúvida, administrar a sala de aula, sempre foi um aspecto necessário e importante, porém a atualidade exige que essa habilidade do professor esteja em primeiro plano.
Hoje, já não é mais possível que um professor entre na sala, despeje os conteúdos de sua matéria e vá embora. É evidente que essa prática ainda acontece, porém, esse professor está com os dias contados.
Gerenciar o processo de aprendizagem é uma habilidade fundamental para o avanço da educação de qualidade. Criar soluções para os problemas que envolvem a educação escolar, gerir relacionamentos entre professores/alunos, alunos/alunos, professores/professores, professores/pais, professores/direção, teoria/prática, conceitos/aprendizagem é, sem dúvida, um desafio.
Quando o professor se propõe a colocar a aprendizagem acima da coerção que permeia a educação escolar, quando percebe que enquanto o aluno não tiver autonomia e participação ativa na construção dos saberes, de fato não está educando e que a aprendizagem com significado advém da admiração, do prazer em aprender, do interesse pelos assuntos abordados, não haverá obstáculos que impeçam o desenvolvimento e aproveitamento dos educandos e a magia acontece. Porém, como sempre digo, toda essa humanização educacional requer muito empenho e esforço e infelizmente a maioria dos professores não tem essa disponibilidade, muitas vezes, até sentem a necessidade de renovação, mas falta tempo.
Gerir com eficácia é contar com a participação dos alunos de qualquer fase, desde a Educação Infantil até a Universidade. Quando o professor propõe uma atuação horizontal, o processo ensino/aprendizagem passa a acontecer com naturalidade. Um dos maiores desafios que temos é conduzir o excesso de conteúdo e a falta de tempo. Isso traz muita ansiedade para o professor e grande insatisfação aos alunos, portanto, discutir com eles como resolver esse problema, tira do ombro dos professores essa angústia e, certamente surgirá soluções inteligentes. Certa vez, um professor de história, muito preocupado com o excesso de conteúdos do livro que a escola adotava e as poucas aulas que restavam, lançou esse problema para a turma. Os próprios alunos tiveram a ideia de se dividirem em grupos e cada grupo apresentaria os conceitos a serem estudados e o desafio foi apresentarem o conteúdo com inovação e a avaliação seria do conteúdo apresentado pelo grupo mais eficaz. Administraram o tempo que tinham com a quantidade de matéria. O resultado foi assustador. O próprio professor se espantou com a qualidade das aulas. Os alunos utilizaram aulas expositivas, teatro, vídeos. Ao final dos trabalhos, o professor fazia a apreciação e os devidos ajustes. Os próprios alunos escolheram a melhor abordagem e, assim, o professor produziu a avaliação que era exigência da escola. O aproveitamento dos alunos foi positivo.
Como a educação tradicional foi muito repressora e o professor era o senhor do saber, os alunos ficaram sem força e à parte das suas próprias formações. A supremacia do professor não considerava a opinião dos alunos, muito menos os seus interesses, causando desânimo, indisciplina e baixo rendimento, o que configura o cenário atual.
Administrar as aulas de forma cooperativa e horizontal, é exigência urgente. A princípio, não é nada inovador os alunos apresentarem trabalhos, o que foi inovador, foi que, a ideia partiu dos alunos e não foi imposto pelo professor.
Andrea Cassone
Adoro ler os seus textos, pois vão direto ao ponto e tranquilos de se entender!
ResponderExcluirValeu!
Professora Andrea,
ResponderExcluirUm excelente texto o seu e necessário pra quem precisa se despertar que fazer a NOVA EDUCAÇÃO é muito mais que possuir tecnologia na escola. Precisamos de professores criativos, ousados e subversivos!!
Claudio, com toda a certeza, de nada adianta toda a tecnologia se as relações humanas não estiverem equilibradas. A educação pode estar repleta de usos tecnológicos, porém, se não existir respeito e equidade no processo educacional, tudo fica inválido e muito sofrido, tanto para os professores quanto para os alunos.
ResponderExcluirAdorei o termo subversivo! É isso ai, vamos quebrar as regras!!
Gratidão
ANDREA, excelente alerta aos professores. É o despertar da inteligência emocional. Vamos pensar na aplicação da educação emocional nas escolas com maior seriedade.
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