quarta-feira, 12 de agosto de 2015

COMO RENOVAR SUAS AULAS EM UMA ESTRUTURA TRADICIONAL

Tenho observado que a grande preocupação ou obstáculo para os professores que querem renovar a prática pedagógica é a estrutura tradicional da educação escolar que pouco evoluiu. 
Se pensarmos em ternos de evolução tecnológica, evolução das comunicações, evolução das teorias de administração, do marketing, da medicina, enfim, o ser humano evoluiu em inúmeros aspectos e por que justamente no que se refere a educação parece que o tempo parou?
Na verdade a educação escolar vem de um processo em que, sempre se quis, de uma forma ou de outra, o controle do ser humano. Oriunda do controle religioso, ou político, ou capitalista, a coerção, o poder dominador foram grandes entraves para a evolução educacional. Aliados aos entraves citados, a baixa remuneração dos professores, a desvalorização da profissão, a falta de estímulo para mudar o cenário caótico, contribuíram para essa inércia ao entorno da educação.
São séculos de letargia, de um coma que vem trazendo grandes males para a evolução humana.
Evidentemente é preciso de muito esforço para transformar e recriar esse modelo ultrapassado e totalmente fora do tempo em que vivemos.
Várias ações vem sendo propostas, muitos movimentos vem apresentando modelos de inovação, porém, o processo é lento. Falta vontade, disposição, conhecimento, ousadia para acelerar a renovação escolar.
Modelos de aprendizagem fora da escola estão cada dia mais reais e atuantes, porém, como mudar em uma estrutura tradicional?
A primeira opção é que a equipe gestora da escola enxergue a necessidade de  evoluir para um processo educacional mais humano, participativo, de aprendizagem ativa. Quando a gestão da escola quer, fica bem mais tranquila a transição do modelo tradicional para um modelo renovado. Sabemos que muitos professores oferecem resistência, mas com o apoio da direção as coisas tendem a fluir melhor.
A segunda opção é que alguns professores se proponham a inovar. É certo que o caminho será bem mais tortuoso, porém é possível. 
Quando o professor reconhece que sua prática é engessada, que os tempos exigem mudanças de paradigmas e, se arrisca na busca do novo, ele transforma. Esse é um caminho sem volta. Uma vez que o professor experimenta inovações e percebe que seus alunos respondem positivamente à novas propostas, a transformação é certa.
Vou repetir várias vezes que, devemos agir dentro das possibilidades e com inteligência.
Inovar requer conhecimento, objetivos claros, determinação e bons argumentos. Hoje se faz necessário gerenciar as problemáticas da sala de aula. 
O primeiro passo é se propor a um desafio: fazer diferente as práticas arcaicas.Como? 
Vou dar um exemplo: se você está acostumado a dar aulas expositivas, em que os alunos ficam passivos diante dos conteúdos, experiente perguntar de que maneira eles gostariam de aprender. Com certeza haverá uma avalanche de opiniões e, assim, num processo conjunto, professor e alunos demarcam o caminho que vão trilhar. Essa pequena ação de trazer os alunos para o processo, traz resultados inimagináveis.
Outra grande sacada é deixar que os alunos optem como desejam ser avaliados e em quais conteúdos. Evidentemente essa ação requer mais trabalho para o professor em elaborar avaliações mais personalizadas, porém, é sucesso total. Por isso, a resistência dos profissionais da educação em transformar; inovar da trabalho.
Faça o seguinte: comece conversando com os alunos, mude sua postura diante deles, aja com verdade, sem máscaras. Demonstre suas fraquezas no sentido de fazê-los compreender que você também tem ansiedades e medos, desejos e aspirações. Se mostrar como é, cria uma empatia muito grande e um elo de confiança é formado; dai para frente a relação professor/aluno muda totalmente e a sinergia acontece.
Mesmo dentro de uma configuração escolar tradicional, o novo pode começar a nascer, isso, com certeza.
Que tal observar o espaço físico da escola e descobrir outros lugares para ficar com seus alunos que não seja somente a sala? 
Reserve alguns minutos para um bate-papo informal. Conte quem você é, o que gosta de fazer, como se sente diante das cobranças que existem, empurre as carteiras e experimente dar uma aula em círculo, sentados no chão. REVOLUCIONE com pequenas mudanças e quando se der conta estará fazendo diferente. ACREDITE!

Andrea Cassone

2 comentários:

  1. Que texto inspirador Andrea, lendo-o tenho forças para começar a olhar diferente a minha prática. Apesar de ter muito receio em mudar o que já está instalado na minha escola, posso ao menos começar a criar mais vínculo com as minhas turmas. isso vou fazer...

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  2. Olá Beatriz! Fico muito feliz por poder te encorajar!

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