O PROFESSOR É QUEM FAZ A DIFERENÇA
Quando eu digo que a maior responsabilidade do fracasso escolar está nas costas do professor, sou muito criticada, muito, muito mesmo, mas fazer o que? Minhas experiências e pesquisas me indicam que acima da grade curricular excessiva a imagem do professor ainda é mais importante. Vejam só, dêem para um professor inspirador um conteúdo excessivo e ele irá transformá-lo, irá recriá-lo. Agora pegue um conteúdo excessivo e apresente para um professor tradicional, o massacre educacional será inevitável.
Vamos reinventar na medida das nossas possibilidades. Saiba que é possível. Não quero apenas criticar a prática que existe, quero poder orientar novas posturas.
Apesar das pressões que a educação escolar exerce com as normas, as regras, os horários, a grade curricular excessiva, podemos em pequenas ações transformar a prática já instalada, começamos com pequenas ações que vão ganhando espaço, crescendo e dominando o novo. É um caminho sem volta. Quando encontramos coragem de dar o primeiro passo rumo à novas práticas, rompemos barreiras e obstáculos.
É necessário mudar velhos paradigmas educacionais e eles são muitos. Educar é quebrar paradigmas, se não quebrar não é educação, é pura "ensinagem"!
Você professor, que não aguenta mais as pressões, as metodologias arcaicas que não cabem mais nos tempos atuais, que se sufoca com as cobranças, com a falta de interesse dos alunos, com a indisciplina e que acredita que possa mudar esse cenário, use e abuse desse blog. Vamos! E lembre-se do velho ditado: Um longo caminho começa com o primeiro passo!
EU FAÇO DIFERENTE!
Andrea Cassone
Olá Andréia... Gostaria da sua opinião; de que forma posso fazer um primeiro movimento para mobilizar minhas colegas de nível a transformar o conteúdo tradicional? Muito obrigada ... Parabéns pela trajetória
ResponderExcluirOlá Naimara! Que pergunta interessante!
ExcluirToda grande mudança começa com pequenos movimentos, você foi muito feliz nessa colocação. Transformações acontecem naturalmente, sendo reflexo de algo que precisa mudar. Ninguém muda a sua prática se não considerá-la obsoleta.
Comece a fazer diferente sem alarde, deixe que suas colegas percebam a mudança sozinhas e quando você perceber elas começarão a mudar. É como se fosse o movimento de uma onda, começa devagar e depois arrebenta. Vou dar um exemplo; Cante com seus alunos todo início de aula, ou antes de entrar na sala diga que existe um código de passagem e que só entra quem descobrir qual é, pode ser; falar palavras com determinada letra, cantar uma música, nome de filmes, nome de cidades,dizer o que fizeram no fim de semana, enfim, as crianças irão começar a cobrar diferentes enigmas e os alunos das outras turmas vão se interessar pelo movimento da sua turma e, assim, as outras professoras vão começar a criar dinâmicas diferentes também.
Se na sua escola as crianças ainda precisam andar em fila, crie novas formações, peça que eles se organizem por ordem alfabética, um menino e uma menina, dois meninos e duas meninas, vá brincando com atributos. Já que tem que usar fila, então aproveite para trabalhar seriação e ordenação, por exemplo, para os alunos, vira uma brincadeira.
Comece a arrumar as carteiras da sala de forma diferente. Se te perguntarem porque você está fazendo assim, diga que para trabalhar determinado conteúdo você precisou organizá-los de maneira diferente, isso vai chamando a atenção dos demais professores.
Todas as sugestões que faço é sempre no sentido de tornar o ambiente escolar mais humano e respeitoso, dando oportunidade dos alunos a participar mais das ações educacionais, desenvolvendo a autonomia. Que adultos serão se não podem resolver nada dentro da escola, se tudo é determinado pelo professor? Devemos formar cidadãos participativos, que saibam resolver problemas, que assumam suas responsabilidades e ações. Desenvolver habilidades e competências é um discurso absolutamente vazio na maioria das escolas.
Quando você muda um padrão e os alunos gostam, eles começam a comentar e isso gera uma mudança naturalmente, sem você precisar se indispor com seus colegas de trabalho.
Que tal começar a inovar?
Oi Andréa, parabéns pelo trabalho ...
ResponderExcluirAo longo da minha atuação profissional estive em diferentes escolas com diferentes formas de ação. Hoje vivo uma realidade que muito me preocupa ... A grande quantidade de conteúdo, inúmeros livros didáticos ...Além de todas as atividades extra curriculares que preencheram de tal maneira o tempo que " inspirar novas práticas" é quase impossível ....Qual o caminho ?
Olá! Ótima pergunta!
ResponderExcluirA sua realidade é a de muitos professores e, arrisco em dizer que, a maioria vive as aflições de uma grade curricular excessiva.
Quando falo em novas práticas, não quero acrescentar mais atividades e sim inovar as que você já faz.
Pense em como tornar as suas aulas mais humanas, trazendo os seus alunos para o processo educacional. Como? Faça combinados em que eles sejam também responsáveis por todas as atividades que precisam ser desenvolvidas, essa atitude contribui muito para diminuir a indisciplina, que acontece porque os alunos se sentem desrespeitados e à parte da construção de suas aprendizagens. Ninguém aprende o que não quer, por isso lembramos muito pouco do conteúdo escolar que é apenas ensinado e decorado. Procure priorizar o que é mais importante. Se você trabalha com material apostilado, invista nos assuntos que mais agradam os alunos, você não vai deixar de trabalhar os outros conteúdos, porém ouça a opinião dos alunos sobre quais conceitos são os mais interessantes e invista nos escolhidos, os demais você passa mais brevemente, e então nas avaliações, você irá avaliar os conteúdos que foram relevantes. Acredite dá certo! Essa ação de administrar com inteligência o que é relevante e de maior interesse, traz resultados surpreendentes.
Quando colocamos os alunos no centro do processo, dando-os autonomia nas escolhas, na maneira como querem ser avaliados, muda totalmente o ambiente massacrador da escola.
Administrar o fazer escolar é também uma habilidade a ser desenvolvida pelo professor. Tenho muitas saídas para humanizar a educação escolar. vamos conversando
Muito bommmmmm professora Andrea... Gostei do seu texto... E acredito demais nisso...
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