A escola vai se transformando e enriquecendo as relações humanas e as relações dos conteúdos ensinados com a vida prática.
Hoje um professor inovador não ensina apenas, ele também media as relações sociais dos alunos e de fato contextualiza os conceitos que serão trabalhados.
Observem o exemplo a seguir: Meus alunos estavam no parque da escola brincando de sobreviventes da floresta, de baixo da ponte de pneus criaram uma cabana, pegaram matinhos que eram as comidas que encontraram na floresta, fizeram uma clareira e juntaram gravetos para acender a fogueira, um deles estava machucado, quando outro falou: - Temos que aquecê-lo!
Continuava a observar a brincadeira, quando Davi me pediu se seria possível acender a fogueira. Em tempos atrás eu diria que não! Imagina!! Brincar com fogo? Só que vivo em um tempo em que a escola deve proporcionar experiências, então eu disse que era possível sim!
Acendemos a fogueirinha e a alegria que invadiu aquelas crianças foi realmente de emocionar! Nesse momento pude explicar porque é mais fácil pegar fogo em gravetos mais secos, que quando a madeira ainda contém muita água em seu interior ela não queima, trabalhamos o cuidado que devemos ter ao mexer com o fogo, enfim, infinitas possibilidades de aprendizagem surgiram no momento em que me propus a acender a fogueira.
Outra experiência foi quando as crianças passaram por uma poça de lama que se formou no parque, uma delas me pediu se poderia por a mão na lama e eu disse que sim! Mais uma vez, em tempos passados diria que não, mas eu avancei no tempo e compreendo que vivenciar tem mais significado do que ensinar. Conclusão, as crianças formaram barro e ainda criaram esculturas, verdadeiras obras de arte. Pena que quando secaram, racharam e dai abrimos espaço para outra pesquisa: O que fazer para as esculturas não racharem!
A educação escolar atual deve contemplar momentos de aprendizagens que só se concretiza se for vivenciada, compreendida, desejada. Fato é que 80% do que ensinamos na escola não tem correspondência com o mundo interno da criança, portanto não é aprendizagem e sim ensinagem de conceitos que nada significarão no futuro.
Ousar, experimentar, fazer diferente, sair do óbvio, ENCORAJAR-SE. Só assim mudaremos o curso desse rio, a fim de que a escola seja um ambiente merecedor de crianças ativas e VIVAS, do contrário estamos seifando o que há de mais belo no ser humano: o poder da VONTADE!
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