quinta-feira, 10 de setembro de 2015

AÇÕES INTELIGENTES EM SALA DE AULA. Uma abordagem Histórico-Crítica

A grande sacada para a inovação educacional é a compreensão que o professor deve ter de relacionar o currículo engessado da escola, com a vida cotidiana dos alunos e ir em busca de ações inteligentes em sala de aula. para tanto necessita de conhecimento, investigação, bom-senso e respeito pelos alunos.
Quando oferecemos para os alunos modelos retrógrados, estamos ferindo absurdamente a capacidade de crescimento desses seres humanos que precisam enxergar no professor a possibilidade de uma formação integral em bases renovadoras.
Vamos fazer algumas reflexões a cerca da PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA DE SAVIANI.

[...] compreender a educação no seu desenvolvimento histórico-objetivo e, por consequência, a possibilidade de se articular uma proposta pedagógica cujo ponto de referência, cujo compromisso, seja a transformação da sociedade e não sua manutenção, a sua perpetuação [...] (ibidem, p. 93).
A Prática Social Inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É um momento de conscientização do que ocorre na sociedade em relação àquele tópico a ser trabalhado, evidenciando que qualquer assunto a ser desenvolvido em sala de aula já está presente na prática social, como parte constitutiva dela (GASPARIN, 2007, p. 24).
Vamos pensar sobre: articular uma proposta pedagógica cujo ponto de referência, cujo compromisso, seja a transformação da sociedade e não sua manutenção, a sua perpetuação.
O que temos feito é justamente perpetuar uma educação ultrapassada, mantendo padrões educacionais que não condizem com a transformação da sociedade.

A Prática Social Inicial é sempre uma contextualização do conteúdo. É um momento de conscientização do que ocorre na sociedade em relação àquele tópico a ser trabalhado, evidenciando que qualquer assunto a ser desenvolvido em sala de aula já está presente na prática social, como parte constitutiva dela (GASPARIN, 2007, p. 24).
Refletindo a consideração acima, todo o conteúdo que não seja associado a vida prática deve ser desconsiderado, no entanto temos a ditadura dos Sistemas Didáticos que faturam milhões, portanto quanto mais extenso for o material apostilado, mais faturamento para esses sistemas. Diante disso, as escolas ficam reféns e os professores precisam trabalhar com uma quantidade absurda de conteúdo restando pouco tempo para as relações humanas.

[...] não pode ser apenas uma estratégia pela qual um conjunto de conteúdos pré-elaborados, dado ao professor, passaria por um processo de seleção em função das questões relevantes para a prática social. Haveria então um enlaçamento artificial entre os conteúdos necessários em uma determinada cultura e aqueles pontos que a prática social de um determinado grupo considera relevantes (WACHOWICZ, 1989, p. 100 apud GASPARIN, 2007, p. 38).

Eu acredito que os professores precisam sim selecionar os conteúdos a serem trabalhados em concordância com os alunos.


Saviani (2007, p. 72) explica dizendo que cartase é
O momento da expressão elaborada da nova forma de entendimento da prática social a que se ascendeu [...] trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social [...] Daí porque o momento catártico pode ser considerado o ponto culminante do processo educativo, já que é aí que se realiza pela mediação da análise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da síncrese à síntese; em consequência, manifesta-se nos alunos a capacidade de expressarem uma compreensão da prática em termos tão elaborados quanto era possível ao professor.
Cabe ao ensino escolar, portanto, a importante tarefa de transmitir à criança os conteúdos historicamente produzidos e socialmente necessários, selecionando o que desses conteúdos encontra-se, a cada momento do processo pedagógico, na zona de desenvolvimento próximo [...] (DUARTE, 2007, p. 98).
É mais do que importante que os conteúdos não sejam mais pré-estabelecidos, que a construção dos saberes sejam discutidos previamente entre professores e alunos e nesse processo o conhecimento do professor, no sentido de orientar e inspirar os alunos para os conteúdos é condição essencial.

A Prática Social Final é a nova maneira de compreender a realidade e de posicionar-se nela, não apenas em relação ao fenômeno, mas à essência do real, do concreto. É a manifestação da nova postura prática, da nova atitude, da nova visão do conteúdo no cotidiano. É, ao mesmo tempo, o momento da ação consciente, na perspectiva da transformação social, retornando à Prática Social Inicial, agora modificada pela aprendizagem.

É em razão disso que esta fase viabiliza aos aprendentes agir de forma autônoma e criativa. Buscando realizar operações mentais e/ou materiais com suas próprias "pernas", progredindo do nível de desenvolvimento potencial para o nível de desenvolvimento real, pontos essenciais defendidos por Vygotsky nos seus estudos sobre a aquisição da aprendizagem pelo ser humano.
CONCLUSÃO
Compreendendo que a formação docente deve perpassar desde os fundamentos teóricos até os fundamentos metodológicos, precisamos atentar para os desafios que nossa sociedade lança a todos, e ainda as ideologias que o mundo oficial persiste em inculcar na formação de nossos educadores.
Então, partir dos pressupostos da pedagogia histórico-crítica é uma alternativa que pode nos libertar das amarras do mundo oficial e endossar o clamor pela resistência que o mundo real tanto precisa para combater as fragilidades da formação docente e eliminar a reprodução da sociedade. Para tanto, os fundamentos filosóficos da pedagogia instituída por Saviani faz-se como elemento de luta e de solo firme para nossa caminhada.
Precisamos, finalmente, compreender a educação no seu desenvolvimento histórico-objetivo, como nos alerta Saviani (2008), em razão disso, nos comprometermos com a transformação da sociedade e não na sua perpetuação. Encarando o trabalho pedagógico como essência da realidade do educador e o saber como meio de produção que disponibilizará forças para a mudança social que tanto almejamos.

Os professores se afogam no conteudismo e não lhes resta o tempo mais precioso da aula que é o de estreitar os laços de empatia com seus alunos, o que dá origem a uma prática fria, calculada em torno do pouco tempo das aulas fragmentadas, dos conteúdos dissociados da vida, pouca vivência e muita reprodução, sem valor para a aprendizagem efetiva.
Passou da hora dos professores partirem para o novo. Iniciarem uma nova história de parceria com os alunos em busca de conceitos que os formarão como cidadãos atuantes de uma sociedade mais justa e culturalmente mais engajada, no entanto, esse movimento requer muito estudo e uma entrega verdadeira à docência, fato que tem dificultado as tomadas de decisões para uma transformação real.


Trechos retirados do artigo A Abordagem Histórico-Crítica na Formação Docente
escrito por Jónata Ferreira de Moura e considerações de Andrea
Cassone

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