
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
sábado, 22 de agosto de 2015
DIVERSIDADE É A PALAVRA DA VEZ.
"A tarefa do professor é preparar motivações para atividades culturais, num ambiente previamente organizado, e depois se abster de interferir" Maria Montessori
Respeitar as diversidades. Essa frase talvez seja uma das mais faladas no momento. Mas como respeitar as diversidades em um modelo escolar que prioriza as formas, os moldes, os modelos?
A maneira como o professor enxerga a vida, reproduzirá em sala de aula, e suas atitudes são orientadas pelas suas crenças e seus paradigmas.
Gosto muito de ler o que Maria Montessori fala sobre os professores, como também as considerações de Rudolf Steiner sobre a alma do professor. Perrenoud, também fala com muita propriedade sobre os delitos que o professor comete e que causam grandes males aos alunos.
Quando falamos sobre a pessoa do professor atual, do professor inspirador, a palavra diversidade deve estar bem clara e realmente ser respeitada.
Vamos pensar; um professor pode seguir uma religião, torcer por um time, mas nunca ser fanático; pode ter um partido político, mas nunca ser militante. Por quê? Simplesmente porque, quando se leva qualquer assunto ao extremo, perde-se o bom senso e, o bom senso é imprescindível em sala de aula.
Paulo Freire também nos deixou muito claro que, quando nos tornamos militantes, passamos a enxergar apenas o que nos convém e quando o professor age assim, gera muita revolta por parte dos alunos.
Nesse processo de transformação, da pedagogia tradicional para a contemporânea, a forma como o professor encara a diversidade é fundamental. A educação escolar ainda em molde antigo, em que um professor ensina da mesma forma para vários alunos e, estes devem manter a mesma conduta, não contempla o respeito às diversidades. Ora, como então ir contra a evolução da sociedade? É justo fazer com que nossos alunos retrocedam aos nossos paradigmas passados e nossas crenças pessoais?
Será mesmo que dá para respeitar nossos alunos dentro da escola? Claro que sim! É difícil? Claro que é!
´Mas a alegria é que é possível!
Temos uma fala para os alunos que é a seguinte: - Olha só, se eu deixar você levantar toda hora da carteira, todos os seus colegas também vão querer e ai vai virar bagunça! Se as crianças são diferentes, aprendem de forma diferente, tem temperamentos diferentes temos que desenvolver estratégias para que a diversidade seja respeitada. Mas como?
Temos a tendência de querer padronizar os alunos e uma fala muito comum na escola é que as regras existem e que é para todos. Concordo que regras e limites são necessários, porém podemos muito bem dar limites sem limitar. Parece conversa de louco, mas é assim que acontece quando o professor se propõe a caminhar para uma educação democrática. Por que não orientamos os alunos a se respeitarem entre si? Se temos na classe um aluno mais ativo, que necessita se movimentar com mais frequência do que os outros, vamos então mediar essa situação. Não é fácil, pois não educamos para o respeito, então os alunos não estão preparados para compreender que cada um pode agir diferente na sala e que deve haver respeito, e que, principalmente porque meu colega age de determinada maneira eu necessariamente também tenho que agir igual. Quando a escola dita que, direitos e deveres são para todos, acaba formatando todas as ações e como não trabalhamos a autonomia e a responsabilidade fica muito difícil deixar que os alunos sejam o que realmente são e que aprendem totalmente diferente uns dos outros. A ineficácia da aprendizagem acontece justamente porque cremos que basta ensinar bem e todos aprenderão.
Tenho uma classe com quatro alunos muito ativos que têm necessidade de se movimentar, levantam toda hora, conversam muito e também dois que resistem e contestam todas as regras e, para ser sincera, tenho dificuldade. Já foi pior, hoje estamos conseguindo compreender mais as necessidades de cada um. Fiz um trabalho de autoconhecimento, em que cada um falava sobre si e como se sente com relação às exigências. Na escola em que trabalho, desenvolvemos o Projeto, O Líder em mim, que nos ajuda a orientar melhor os alunos e a partir disso procuro trabalhar na diversidade.
Todas as problemáticas escolares permeiam a postura do professor. Não é tarefa fácil, não mesmo, mas é possível!
A Lei de Salamanca chegou ao Brasil, mas veio sozinha. Veio sem a compreensão do que é "ser diferente".
Se tenho na classe um aluno inclusivo, é claro que minha prática vai ter que ser renovada e é claro que esse aluno irá absorver os conceitos de forma diferenciada, porém, se existir amor, respeito, compreensão e alegria, o caminho será mais leve.
Inovar a educação escolar vai muito além de receitas e modelos, inovar hoje é amar o ser humano livre de julgamentos e das amarras que os padrões nos impõem. Evidentemente existe muita dificuldade por parte das instituições, principalmente das públicas, no entanto se os professores se unirem, realizando projetos em conjunto e juntos se determinarem a enfrentar os obstáculos do panorama atual, a transformação chega, e chega para ajudar!
Andrea Cassone
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
GERIR A SALA DE AULA COM INTELIGÊNCIA, UMA EXIGÊNCIA DA ATUALIDADE.
Sem dúvida, administrar a sala de aula, sempre foi um aspecto necessário e importante, porém a atualidade exige que essa habilidade do professor esteja em primeiro plano.
Hoje, já não é mais possível que um professor entre na sala, despeje os conteúdos de sua matéria e vá embora. É evidente que essa prática ainda acontece, porém, esse professor está com os dias contados.
Gerenciar o processo de aprendizagem é uma habilidade fundamental para o avanço da educação de qualidade. Criar soluções para os problemas que envolvem a educação escolar, gerir relacionamentos entre professores/alunos, alunos/alunos, professores/professores, professores/pais, professores/direção, teoria/prática, conceitos/aprendizagem é, sem dúvida, um desafio.
Quando o professor se propõe a colocar a aprendizagem acima da coerção que permeia a educação escolar, quando percebe que enquanto o aluno não tiver autonomia e participação ativa na construção dos saberes, de fato não está educando e que a aprendizagem com significado advém da admiração, do prazer em aprender, do interesse pelos assuntos abordados, não haverá obstáculos que impeçam o desenvolvimento e aproveitamento dos educandos e a magia acontece. Porém, como sempre digo, toda essa humanização educacional requer muito empenho e esforço e infelizmente a maioria dos professores não tem essa disponibilidade, muitas vezes, até sentem a necessidade de renovação, mas falta tempo.
Gerir com eficácia é contar com a participação dos alunos de qualquer fase, desde a Educação Infantil até a Universidade. Quando o professor propõe uma atuação horizontal, o processo ensino/aprendizagem passa a acontecer com naturalidade. Um dos maiores desafios que temos é conduzir o excesso de conteúdo e a falta de tempo. Isso traz muita ansiedade para o professor e grande insatisfação aos alunos, portanto, discutir com eles como resolver esse problema, tira do ombro dos professores essa angústia e, certamente surgirá soluções inteligentes. Certa vez, um professor de história, muito preocupado com o excesso de conteúdos do livro que a escola adotava e as poucas aulas que restavam, lançou esse problema para a turma. Os próprios alunos tiveram a ideia de se dividirem em grupos e cada grupo apresentaria os conceitos a serem estudados e o desafio foi apresentarem o conteúdo com inovação e a avaliação seria do conteúdo apresentado pelo grupo mais eficaz. Administraram o tempo que tinham com a quantidade de matéria. O resultado foi assustador. O próprio professor se espantou com a qualidade das aulas. Os alunos utilizaram aulas expositivas, teatro, vídeos. Ao final dos trabalhos, o professor fazia a apreciação e os devidos ajustes. Os próprios alunos escolheram a melhor abordagem e, assim, o professor produziu a avaliação que era exigência da escola. O aproveitamento dos alunos foi positivo.
Como a educação tradicional foi muito repressora e o professor era o senhor do saber, os alunos ficaram sem força e à parte das suas próprias formações. A supremacia do professor não considerava a opinião dos alunos, muito menos os seus interesses, causando desânimo, indisciplina e baixo rendimento, o que configura o cenário atual.
Administrar as aulas de forma cooperativa e horizontal, é exigência urgente. A princípio, não é nada inovador os alunos apresentarem trabalhos, o que foi inovador, foi que, a ideia partiu dos alunos e não foi imposto pelo professor.
Andrea Cassone
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
COMO RENOVAR SUAS AULAS EM UMA ESTRUTURA TRADICIONAL
Tenho observado que a grande preocupação ou obstáculo para os professores que querem renovar a prática pedagógica é a estrutura tradicional da educação escolar que pouco evoluiu.
Se pensarmos em ternos de evolução tecnológica, evolução das comunicações, evolução das teorias de administração, do marketing, da medicina, enfim, o ser humano evoluiu em inúmeros aspectos e por que justamente no que se refere a educação parece que o tempo parou?
Na verdade a educação escolar vem de um processo em que, sempre se quis, de uma forma ou de outra, o controle do ser humano. Oriunda do controle religioso, ou político, ou capitalista, a coerção, o poder dominador foram grandes entraves para a evolução educacional. Aliados aos entraves citados, a baixa remuneração dos professores, a desvalorização da profissão, a falta de estímulo para mudar o cenário caótico, contribuíram para essa inércia ao entorno da educação.
São séculos de letargia, de um coma que vem trazendo grandes males para a evolução humana.
Evidentemente é preciso de muito esforço para transformar e recriar esse modelo ultrapassado e totalmente fora do tempo em que vivemos.
Várias ações vem sendo propostas, muitos movimentos vem apresentando modelos de inovação, porém, o processo é lento. Falta vontade, disposição, conhecimento, ousadia para acelerar a renovação escolar.
Modelos de aprendizagem fora da escola estão cada dia mais reais e atuantes, porém, como mudar em uma estrutura tradicional?
A primeira opção é que a equipe gestora da escola enxergue a necessidade de evoluir para um processo educacional mais humano, participativo, de aprendizagem ativa. Quando a gestão da escola quer, fica bem mais tranquila a transição do modelo tradicional para um modelo renovado. Sabemos que muitos professores oferecem resistência, mas com o apoio da direção as coisas tendem a fluir melhor.
A segunda opção é que alguns professores se proponham a inovar. É certo que o caminho será bem mais tortuoso, porém é possível.
Quando o professor reconhece que sua prática é engessada, que os tempos exigem mudanças de paradigmas e, se arrisca na busca do novo, ele transforma. Esse é um caminho sem volta. Uma vez que o professor experimenta inovações e percebe que seus alunos respondem positivamente à novas propostas, a transformação é certa.
Vou repetir várias vezes que, devemos agir dentro das possibilidades e com inteligência.
Inovar requer conhecimento, objetivos claros, determinação e bons argumentos. Hoje se faz necessário gerenciar as problemáticas da sala de aula.
O primeiro passo é se propor a um desafio: fazer diferente as práticas arcaicas.Como?
Vou dar um exemplo: se você está acostumado a dar aulas expositivas, em que os alunos ficam passivos diante dos conteúdos, experiente perguntar de que maneira eles gostariam de aprender. Com certeza haverá uma avalanche de opiniões e, assim, num processo conjunto, professor e alunos demarcam o caminho que vão trilhar. Essa pequena ação de trazer os alunos para o processo, traz resultados inimagináveis.
Outra grande sacada é deixar que os alunos optem como desejam ser avaliados e em quais conteúdos. Evidentemente essa ação requer mais trabalho para o professor em elaborar avaliações mais personalizadas, porém, é sucesso total. Por isso, a resistência dos profissionais da educação em transformar; inovar da trabalho.
Faça o seguinte: comece conversando com os alunos, mude sua postura diante deles, aja com verdade, sem máscaras. Demonstre suas fraquezas no sentido de fazê-los compreender que você também tem ansiedades e medos, desejos e aspirações. Se mostrar como é, cria uma empatia muito grande e um elo de confiança é formado; dai para frente a relação professor/aluno muda totalmente e a sinergia acontece.
Mesmo dentro de uma configuração escolar tradicional, o novo pode começar a nascer, isso, com certeza.
Que tal observar o espaço físico da escola e descobrir outros lugares para ficar com seus alunos que não seja somente a sala?
Reserve alguns minutos para um bate-papo informal. Conte quem você é, o que gosta de fazer, como se sente diante das cobranças que existem, empurre as carteiras e experimente dar uma aula em círculo, sentados no chão. REVOLUCIONE com pequenas mudanças e quando se der conta estará fazendo diferente. ACREDITE!
Andrea Cassone
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
FALA DO JOSÉ PACHECO
"Sempre que me perguntam qual foi o maior obstáculo à concretização do
projeto da Escola da Ponte, eu respondo: o maior obstáculo fui eu. Fui eu,
enquanto não me indignei, enquanto não agi, para
assegurar o saber e a felicidade aos meus alunos. Só eu, num agir
não-solitário, poderei mudar algo. Ainda que alguém creia que o esforço de um
só nada vale, é preciso agir. Mesmo que o medo nos assalte, é preciso reagir.
Sem a coragem da indignação, a sabedoria é estéril. Como diria o Galeano: O
inimigo principal qual é? A ditadura militar? A burguesia? O imperialismo? Não,
companheiros. Nosso inimigo principal é o medo!"
Sábias palavras de um grande mestre, extraídas do "Dicionario de valores em educação" de José Pacheco. Deixo o link como um grande presente a todos os pedagogos realmente engajados com uma melhor educação, e com a felicidade e autonomia das nossas crianças.
http://porvir.org/wp-content/uploads/2013/09/Dicionrio_de_valores_em_Educao-1.pdf
Sábias palavras de um grande mestre, extraídas do "Dicionario de valores em educação" de José Pacheco. Deixo o link como um grande presente a todos os pedagogos realmente engajados com uma melhor educação, e com a felicidade e autonomia das nossas crianças.
http://porvir.org/wp-content/uploads/2013/09/Dicionrio_de_valores_em_Educao-1.pdf
domingo, 9 de agosto de 2015
QUEM SOU EU?
Quem sou eu?
Essa é a primeira pergunta que o professor deve fazer.
Rudolf Steiner, criador da Pedagogia Waldorf escreveu: "Professor, o método que você utiliza é irrelevante, o que importa é a pessoa que você é. "
As perguntas não devem parar nunca, para qualquer ser humano, especialmente para o professor. O questionar-se faz parte do processo de evolução e quando o assunto envolve educação, o aprimoramento humano deve estar em primeiro plano.
Quem eu sou? Qual papel desempenho? Qual é a minha contribuição para a formação de indivíduos mais conscientes e éticos?
As perguntas movem!
Andrea Cassone
Essa é a primeira pergunta que o professor deve fazer.
Rudolf Steiner, criador da Pedagogia Waldorf escreveu: "Professor, o método que você utiliza é irrelevante, o que importa é a pessoa que você é. "
As perguntas não devem parar nunca, para qualquer ser humano, especialmente para o professor. O questionar-se faz parte do processo de evolução e quando o assunto envolve educação, o aprimoramento humano deve estar em primeiro plano.
Quem eu sou? Qual papel desempenho? Qual é a minha contribuição para a formação de indivíduos mais conscientes e éticos?
As perguntas movem!
Andrea Cassone
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
COMO FAZER UMA EDUCAÇÃO ESCOLAR MAIS HUMANIZADA
POR QUE O MODELO ESCOLAR NÃO EVOLUI?
Responder essa pergunta é muito simples. Isso acontece porque
a maioria das pessoas dentre elas professores não conhecem a história da
humanidade, nunca leu como se deu o processo educacional, nunca se interessou
em entender a origem do fracasso da educação. E quando falamos em fracasso,
muitos devem pensar na educação brasileira, que de fato é um fracasso, porém,
podemos considerar que historicamente o surgimento da escola não se deu pelo
interesse natural do povo em instruir-se. A escola nasce da necessidade de se controlar,
nasce da coersão, nasce do poder e tinha um cunho fundamentalmente religioso,
pois, a visão era de se chegar a deus através da leitura da bíblia.
Bom, para discutirmos em que alicerce a escola foi
sustentada, ficaríamos por horas, então no momento sugiro que procurem leituras
que esclareçam essa questão. O que eu gostaria no momento é de propor uma
reflexão e contar um pouco como conduzi a minha jornada como professora.
Atuo na área educacional há 32 anos, porém, se eu contar com
meus anos de escola em que muito pequena já me indignava com meus professores,
somam 40 anos de envolvimento e esforço para mudar o rumo e eficácia da
educação.
Nós acabamos generalizando quando falamos de escola. Na
verdade todos nos gostamos da escola como um ambiente socializador. Gostamos do
recreio, das aulas de Ed. Física, de arte, de teatro, então a escola não é tão
ruim assim. O que a torna extremamente fracassada são aspectos pontuais como, a
grade curricular, a maneira como os professores conduzem o saber, uma
disciplina baseada no militarismo, a falsa democracia que permeia o trabalho, a
falsa autonomia dos alunos e a incompetência disfarçada do professor e, esse
último aspecto, a meu ver é o mais devastador de todo o processo
pedagógico. Nesse ponto eu volto à minha
história. Ainda no ensino fundamental I, eu não me conformava com a forma como
os professores tratavam os alunos. Controlavam-nos através do medo, da
chantagem, da ameaça nos humilhavam. Nesse sentido, a escola é o ambiente mais
deseducador que existe. Por que as
crianças na fase da educação infantil
adoram a escola? Porque é uma fase em que o amor é evidente. As crianças
até 10 anos mais ou menos aprendem por amor e dos 11 anos em diante aprendem
por admiração e, é nessa fase que as coisas começam a piorar na escola, os
alunos não admiram seus professores.
Sempre tive dificuldade com a matemática e minha situação
piorou quando cheguei no 5º ano, então minha mãe me colocou em uma professora
particular; outro paradoxo educacional, os alunos precisarem de reforço fora da
escola, mas enfim, tive contato com a Marisa,
melhor professora do mundo. Na escola não entendia nada do conteúdo e quando a
minha professora particular me ensinava, tudo era absolutamente compreensível.
No 6º ano a dificuldade persistia, quando a professora teve um problema de
saúde e entrou de licença. No seu lugar iniciou um professor que fez a
diferença na minha vida e na vida da classe, professor Renato, que ensinava realmente.
Hoje penso muito a respeito desses professores. Na época não conseguia
compreender porque conseguia entender com a explicação de uns e obtinha ótimos
resultados e com outros era um fracasso. Mas desde que me tornei professora,
essa compreensão aconteceu. E assim foi, me tornei professora para poder fazer
tudo diferente, para poder honrar a professora Marisa e o professor Renato. Foi
quando percebi que aprendemos por admiração, por amor, pelo exemplo. Os
professores que entendem que a educação é um processo de perpetuação da espécie
humana, que a educação acontece pelo mito, pelas crenças, pela cultura, pelo
histórico dos aprendizes, que educar é um processo de amor, esses sim atingem o
objetivo da aprendizagem significativa.
Diante de tudo isso, como fazer a diferença dentro da escola?
Na minha caminhada,
tive a oportunidade de trabalhar com alunos desde a educação infantil até
cursos de pós-graduação e essa experiência me mostrou que não há diferença no
ensino escolar. Não importa a idade do aluno, todos procuram encontrar naquele
que ensina, algo que seja realmente verdadeiro.
E assim tenho sido extremamente bem sucedida e amada por todos os meus alunos, por
simplesmente ser verdadeira e não corromper meus alunos em nome da instituição
escolar. Consigo dentro de uma escola, realizar um trabalho de respeito ás
individualidades. Não obrigo meus alunos a fazer o que não estão sensibilizados
a fazer, não faço fila, andamos em grupo, não faço prova pra eles, faço-as para
mim. Cumpro sim com o conteúdo programático, porém utilizo a transposição
didática de maneira a orgulhar o meio científico que o pesquisou. Tenho total
consciência de que meus alunos nasceram na era tecnológica e eu na era
industrial, portanto não posso educá-los para o retrocesso.
Portanto, ensinar livre dos paradigmas antiquados da escola
me parece uma realidade cada vez mais concreta. Ou então utilizar o espaço
entre as paredes da escola para um ambiente seguro, sociável, de respeito a
todos. Hoje muito se fala no desenvolvimento de habilidades e competências, porém, os professores em sua maioria não estão preparados para reconhecer as habilidades dos alunos, ou até
podem reconhecer, mas não sabem lidar com elas. A escola no modelo em que se
encontra, não sabe o que fazer com a competência dos alunos.
Enquanto os profissionais envolvidos com a educação não evoluírem,
mantendo a escola nos moldes do século xviii, o que é incrível, jamais faremos
uma educação para a vida, para o sucesso, para a cidadania.
Quero dizer que o que move a educação é o ideal do ser
humano, é o amor que liberta. O ato de ensinar e aprender está no cerne humano. O processo educacional está presente nas
ações cotidianas e não apenas no ambiente escolar, no entanto é possível
realizar uma educação libertária se a alma do professor for livre de
preconceitos e opreções e isso se dá, através da autoeducação. O professor que
protege seus alunos de sua própria influência, esse sim está apto a
protagonizar uma história de ensinagem significativa.
Educar é uma ação natural, espontânea, sensitiva, sem moldes,
modelos ou formatos. Quando educar se torna um ato mecânico, metódico,
repetitivo, ah! Não é educação é massacre!
Andrea Cassone
PEDAGOGIA 3000 - ANTROPÓLOGA FRANCESA NOEMI PAYMAL ESPECIALISTA NA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS DO TERCEIRO MILÊNIO
A antropóloga francesa Noemi Paymal, que esteve recentemente em Porto Alegre participando do Seminário Internacional Pare e Pense, dedica-se desde 2001 a estudar as crianças do Terceiro Milênio. Da lista acima, ela questiona a dificuldade de concentração:
- É uma criança mais madura, mais precoce, muito rápida e multilateral, que pode aprender várias coisas ao mesmo tempo – diz.
Com a experiência de mais de duas décadas de trabalho em países da América Latina, Noemi concluiu que as escolas nos moldes atuais não estão capacitadas para atender a uma geração com essas habilidades e comportamentos. Não é a única educadora de ofício a partilhar dessa visão, mas tem sua própria proposta de sistema para enfrentar a questão: a Pedagogia 3000.
Para definir as crianças alvo de sua filosofia de ensino, Noemi usa o termo Geração Índigo (termo utilizado pela primeira vez pela pesquisadora e metafísica americana Nancy Ann Tappe e apresentado internacionalmente por Lee Carroll e Jan Tober, americanos que escreveram o livro Crianças Índigo, já traduzido para o português). As “crianças índigo” teriam características físicas, psicológicas e espirituais diferentes das gerações anteriores.
Ingrid Cañete, psicóloga gaúcha especializada no tema e que trouxe Noemi pela primeira vez ao Estado, acrescenta:
- São crianças com capacidade para captar informações de diferentes dimensões de consciência, ao mesmo tempo e capacidade de fazer coisas diferentes, ao mesmo tempo, o que não pode ser confundido com distração ou déficit de atenção.
O termo “índigo” é uma referência à cor da aura (ou campo energético que circunda o corpo humano) dessas crianças. E é sobre esses elementos espirituais que recaem as mais duras críticas ao conceito. A espiritualidade implicaria em religiosidade, parte da forte polêmica entre educadores que questionam a falta de comprovação científica da teoria.
Noemi, antropóloga francesa que vive na Bolívia, não concorda. Diz não querer se limitar a rótulos e afirma que sua Pedagogia 3000 não é dirigida somente aos índigos, e que a discussão deveria centrar-se na necessidade, real, de mudanças na educação.
- É um falso problema para não entender a mudança que está acontecendo agora.
Estilo Próprio - O que esta geração de crianças tem de especial em relação às anteriores?
Noemi Paymal - As crianças nascidas depois dos anos 2000 têm uma nova maneira de aprender, de atuar, têm até uma nova estrutura cerebral que a educação atual já não satisfaz. É uma aceleração evolutiva rápida que surpreende não só educadores, mas médicos, psicólogos, pediatras. As crianças pequenas, numa proporção de 80%, não estão nos padrões pediátricos, psicológicos e educativos. Já existem luzes de alerta, como as crianças agressivas, o bullying, a depressão, as drogas, e os suicídios.
EP - Qual é a influência da grande quantidade de informação e da tecnologia nelas?Paymal - Já são crianças digitais. A criança de agora, por natureza, pode projetar facilmente o futuro, o bem comum. É capaz de ver muitas soluções ao mesmo tempo, o que se chama de multiatenção e não déficit de atenção. O que é difícil para as crianças pequenas é ordenar. Elas possuem uma percepção muito mais ampla, por isso sofrem na escola.
EP - Qual é o papel dos pais na orientação dessas crianças?Paymal - As crianças mudaram mais rápido dos que os pais, os professores e o sistema educacional. Um sociólogo no Equador comparou essas mudanças à descoberta do fogo e às grandes mudanças industriais. É obvio que os pais não tem culpa. Eles precisam entender que não se trata de uma criança louca, hiperativa. É apenas inquieta, que quer mais, necessitando trabalhar o corpo, o emocional, o cognitivo, o intuitivo, o ético, o espiritual, o estético criador, o social, o multicultural e o ecológico. A escola te dá o cognitivo. Se tens sorte, dá educação física e música.
EP - A Pedagogia 3000 foi estruturada para as crianças índigo?Paymal – É para todas as crianças, caso contrário apenas seguiria uma moda. Se o meu filho é índigo e o teu não, começa uma divisão.
EP –A crítica ao conceito de crianças índigo é que não existe comprovação científica, que envolve espiritualidade. Você concorda?Paymal – Não. É científico. Basta ver qualquer estudo com crianças pequenas com um pediatra e um psicólogo e eles vão apontar as mudanças reais e atuais. Com este pretexto não vamos mudar a educação. Isso não é fé, é necessidade.
EP – Mas não é preciso acreditar que você vê a aura de uma pessoa, o seu campo energético, para entender os índigos?
Paymal - Não importa, é uma parte pequena do processo educativo. Se não quer aprender a parte intuitiva, existem outros níveis. É um falso problema para não entender a mudança de agora. Não vejo aura e trabalho dia e noite para mudar a educação.
EP - Qual a maior dificuldade que você enfrenta para a aplicação do sistema?
Paymal - Implica numa mudança de nós mesmos e isso dá medo. Requer uma mudança pessoal, íntima, de atitude de vida e de mais amor. Uma criança certa vez me disse: “Nós estaremos felizes, quando vocês, os adultos, estiverem felizes”. Em outras palavras, esqueçam de nós e façam o seu trabalho.
EP - De que maneira prática pais e educadores podem modificar sua atuação?Paymal - Há recomendações simples, como trabalhar a inteligência emocional, a autoestima. É preciso estimular o trabalho na terra, para não limitar as crianças à informática. Nada de castigo ou recompensa, porque isso é adestrar. Deve ser um processo com consciência, para que a criança entenda e seja corresponsável. Isso é a diferença entre adestrar e educar – gosto mais de usar o termo coaprender. A grande recomendação é que pais e professores relaxem, respirem fundo.
EP - No Brasil, um país com imensas diferenças sociais, a sua proposta de sistema de ensino poderia ajudar de que maneira?Paymal - Isso é a cultura de paz e da pedagogia social, que no Brasil é avançada. É o único país que conheço com tamanha consciência.
EP - Como as novas configurações de família, pais divorciados, mães solteiras, pais do mesmo sexo, afetam as crianças de hoje?Paymal - Há a família ampliada, que vem da noção da comunidade indígena. Se morre a mãe biológica, quem ajuda é uma tia, uma amiga, uma professora. As crianças estão atentas aos demais. A criança de agora tem uma grande capacidade de perceber quem é quem.
terça-feira, 4 de agosto de 2015
O IMPACTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA NA COMPREENSÃO DO MUNDO
“Todos
nós construímos um mapa da realidade a partir das experiências vividas na
infância. A criança é dotada de uma capacidade absorvente, absorve e estrutura
a personalidade do futuro adulto. Ela tem tendência inata a desenvolver sua
personalidade original sob a influência do ambiente e da aprendizagem, constrói
seu conteúdo mental a partir do alimento social: o homem só pode chegar a seu
verdadeiro ser conduzido pelo outro.”
Quando se pretende falar sobre “o impacto da
primeira infância na compreensão do mundo” temos que considerar o mundo adulto
e o mundo da criança, a desumanidade do primeiro e a humanidade do segundo. O adulto de hoje foi criança um dia e a criança
de hoje será o adulto do futuro. De onde provêm, então, a crueldade e a
desumanidade da sociedade contemporânea?
A
idéia de que a primeira infância é um período decisivo na formação da
personalidade, do caráter e no modo de agir do adolescente e do adulto encontra
sustentação em dados recolhidos nos últimos 100 anos de pesquisas científicas. De fato, os
primeiros seis anos são fundamentais para a constituição da pessoa. Achados
recentes da Neurociência oferecem evidências de que acontecimentos precoces de
natureza física, emocional, social e cultural permanecem inscritos por toda
vida nas conexões sinápticas através de fenômenos de neuroplasticidade e
biomoleculares. Todos nós construímos um mapa da realidade a partir das
experiências vividas na infância. Assim, é possível, e muito mais eficiente,
lançar os valores e fundamentos éticos da cidadania e da cultura de paz nesta
primeira fase da vida, UMA VEZ QUE A CRIANÇA É DOTADA DE UMA CAPACIDADE
ABSORVENTE, ISTO É, A CRIANÇA É AQUELA QUE TUDO RECEBE, JULGA COM IMATURIDADE,
POUCO RECUSA OU REAGE. ABSORVE E ESTRUTURA A PERSONALIDADE DO FUTURO ADULTO. É
A CRIANÇA QUE CONSTRÓI SEU CONTEÚDO MENTAL A PARTIR DO ALIMENTO SOCIAL E ASSIM
ACUMULA EXPERIÊNCIAS QUE SERÃO UTILIZADAS PARA A CONSTRUÇÃO DE SUA VIDA.
(Nesse momento vamos pensar na nossa interferência pessoal. Será que
estou sendo o melhor exemplo?)
Sabemos há milênios que um adulto é resultado de
sua própria natureza, das suas relações com a família e diferentes grupos
sociais, com a cultura e com os valores, crenças, normas e práticas. “Educai as
crianças e não será necessário castigar os homens”, dizia Pitágoras. Platão
clamava pelos melhores “nutrientes” sociais e culturais a serem transmitidos
aos menores. Freud demonstrava que as interações precoces envolvendo os
aspectos cognitivos e, fundamentalmente, os afetivos são pré-moldes das futuras
relações do sujeito consigo, com os outros e com o ambiente. Para Karl Jasper
“o homem só pode chegar a seu verdadeiro ser conduzido pelo outro”. Jean
Jacques Rosseau definiu o homem como um ser “feliz e bom”, determinando que os
preconceitos culturais e as normas da vida social produziriam “sua crueldade e
infortúnio”. Locke assegurou: “a criança tem tendência inata a desenvolver sua
personalidade original sob a influência do ambiente e da aprendizagem” e Maria
Montessori definiu a preparação do ambiente muito antes do ingresso da criança
na escola como “chave da educação e da cultura real da pessoa desde o seu
nascimento”.
Maria Montessori, a médica
que valorizou o aluno

Maria
Montessori
O que Maria Montessori pensava dos professores: “ Tarefa das mais nobres que alguém pode tomar
para si, como a caridade, o espírito de sacrifício, a atenção, entusiasmo,
otimismo e zelo. Olhar cuidadoso para o aluno, espírito atento pronto a
aproveitar, a dar força às potencialidades , amparar sem forçar e ter um
perfeito domínio de si próprio...”
Poucos nomes da história da
educação são tão difundidos fora dos círculos de especialistas como Montessori.
Ele é associado, com razão, à Educação Infantil, ainda que não sejam muitos os
que conhecem profundamente esse método ou sua fundadora, a italiana Maria
Montessori (1870-1952). Primeira mulher a se formar em medicina em seu país,
foi também pioneira no campo pedagógico ao dar mais ênfase à auto-educação do
aluno do que ao papel do professor como fonte de conhecimento. "Ela
acreditava que a educação é uma conquista da criança, pois percebeu que já
nascemos com a capacidade de ensinar a nós mesmos, se nos forem dadas as
condições".
(Um paralelo com
Rudolf Steiner)
Individualidade, atividade e
liberdade do aluno são as bases da teoria, com ênfase para o conceito de
indivíduo como, simultaneamente, sujeito e objeto do ensino. Montessori
defendia uma concepção de educação que se estende além dos limites do acúmulo
de informações. O objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma
"educação para a vida". A filosofia e os métodos elaborados pela
médica italiana procuram desenvolver o potencial criativo desde a primeira
infância, associando-o à vontade de aprender - conceito que ela considerava
inerente a todos os seres humanos.
O método Montessori é fundamentalmente biológico. Sua prática se inspira na natureza e seus fundamentos teóricos são um corpo de informações científicas sobre o desenvolvimento infantil. Segundo seus seguidores, a evolução mental da criança acompanha o crescimento biológico e pode ser identificada em fases definidas, cada uma mais adequada a determinados tipos de conteúdo e aprendizado.
Maria Montessori acreditava que nem a educação nem a vida deveriam se limitar às conquistas materiais. Os objetivos individuais mais importantes seriam: encontrar um lugar no mundo, desenvolver um trabalho gratificante e nutrir paz e densidade interiores para ter capacidade de amar. A educadora acreditava que esses seriam os fundamentos de quaisquer comunidades pacíficas, constituídas de indivíduos independentes e responsáveis. A meta coletiva é vista até hoje por seus adeptos como a finalidade maior da educação montessoriana.
O método Montessori é fundamentalmente biológico. Sua prática se inspira na natureza e seus fundamentos teóricos são um corpo de informações científicas sobre o desenvolvimento infantil. Segundo seus seguidores, a evolução mental da criança acompanha o crescimento biológico e pode ser identificada em fases definidas, cada uma mais adequada a determinados tipos de conteúdo e aprendizado.
Maria Montessori acreditava que nem a educação nem a vida deveriam se limitar às conquistas materiais. Os objetivos individuais mais importantes seriam: encontrar um lugar no mundo, desenvolver um trabalho gratificante e nutrir paz e densidade interiores para ter capacidade de amar. A educadora acreditava que esses seriam os fundamentos de quaisquer comunidades pacíficas, constituídas de indivíduos independentes e responsáveis. A meta coletiva é vista até hoje por seus adeptos como a finalidade maior da educação montessoriana.
Trecho extraído do meu
livro.
O
que queremos dizer é que cada professor deve juntamente com a escola
identificar o perfil de seus alunos e traçarem diretrizes que irão nortear o
trabalho educacional.
Realizando
uma análise das diferentes correntes pedagógicas, percebemos que mais uma vez o
AMOR e o conhecimento são condições indispensáveis. Só iremos perceber em que
momento estão nossos alunos, inteirá-los ao meio social(Vygotsky), respeitar
suas auto-vontades (Montessori), fazer com que eles se integrem à comunidade,
transformando-os para que a transformem (Freinet),
proporcionar um ambiente em que aprendam em comunhão (Paulo Freire), criar
oportunidade para a construção do conhecimento por meio da experiência prática (Construtivismo),
exercitar habilidades e não incutir informações, considerando suas
integralidades e atribuindo à eles um olhar holístico (Waldorf) e até mesmo
para impor respeito, responsabilidades e regras da linha tradicional é preciso
conquistar os alunos com Afeto, Gentileza e Amor.
“Professor,
o método que você utiliza é irrelevante, o que importa é a pessoa que você é.”
Isso é mágico. Rudolf Steiner
Mas
atenção, ele não quis dizer que o método não é importante, é que diante da
pessoa do professor o método torna-se apenas um meio.
Bibliografia
Nova
Escola
Textos
Andrea Cassone
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
COMO PRODUZIR AVALIAÇÕES MAIS EFICAZES (O TEMPO DAS PROVAS TRADICIONAIS ACABOU).
Tenho sido muito questionada sobre como realizar avaliações mais eficazes e inteligentes.
Os alunos mudaram. A tecnologia, o acesso fácil às informações fazem dos alunos seres mais conectados e informados. A evolução do ser humano é constante e, convenhamos, a escola pouco evoluiu, o que a torna cada dia mais desinteressante e ineficaz. Os sistemas didáticos até se esforçam para dar cara nova aos mesmos conteúdos, porém, a forma como são avaliados não mudam nunca. Para mim a avaliação é um dos maiores problemas da educação escolar.
Que tal oferecer aos seus alunos a oportunidade de escolherem de que maneira querem ser avaliados? Não seria interessante, se eles pudessem escolher em quais conteúdos querem ser avaliados? E se os alunos é quem produzissem as questões das avaliações? E se eles fizessem todas as avaliações com consulta? Pois saiba que, todas essas ações são possíveis e dão resultado positivo!
Vamos pensar em priorizar conteúdos. Será que todos são imprescindíveis e merecem avaliação? Sei que a escola ainda é conteudista, que o excesso de informações é sinal de ensino forte, que massacrar os alunos com tarefas para casa agradam os pais. Esse é um grande engano e deve ser repensado.
Se a escola adota sistema didático e os conteúdos são determinados e devem obrigatoriamente serem desenvolvidos, sugiro que o professor faça uma consulta prévia a seus alunos, para descobrir quais os conteúdos mais despertam o interesse da turma. Feito esse levantamento, investir nos assuntos escolhidos, trazendo maior significado para os alunos, afinal ninguém aprende o que não interessa. Nesse momento, os alunos já irão se sentir mais participativos e o interesse aumentará. Feito o trabalho de estudo dos conteúdos elencados, chegou a hora de avaliá-los. Experimente pedir para que os alunos formulem questões sobre o que estudaram e troquem essas questões para que os colegas respondam. Pronto, uma excelente maneira de avaliar. Peça que tragam uma avaliação feita de casa apenas com as perguntas e na escola eles mesmos responderão as suas próprias questões. Realize avaliações em grupo. Certa vez, quando dei aula de Didática, separei a sala em grupos. Cada grupo formulava uma avaliação sobre os conceitos estudados e depois os grupos trocavam e realizavam as avaliações. Deu muito certo.
Pensem que os alunos tem maneiras diferentes de pensar sobre os diferentes conceitos, às vezes, formulam questões que nem mesmo pensamos. Aliás na maioria das vezes.
As formas de se avaliar devem ser muito bem repensadas. Para professores e alunos inteligentes, avaliações inteligentes.
Avaliações mal elaboradas para mim, são verdadeiras ofensas às capacidades dos alunos. Uma avaliação compartilhada, estruturada de forma a agregar valor ao processo educacional, certamente faz toda a diferença para uma ação eficaz.
Andrea Cassone
Tenho sido muito questionada sobre como realizar avaliações mais eficazes e inteligentes.
Os alunos mudaram. A tecnologia, o acesso fácil às informações fazem dos alunos seres mais conectados e informados. A evolução do ser humano é constante e, convenhamos, a escola pouco evoluiu, o que a torna cada dia mais desinteressante e ineficaz. Os sistemas didáticos até se esforçam para dar cara nova aos mesmos conteúdos, porém, a forma como são avaliados não mudam nunca. Para mim a avaliação é um dos maiores problemas da educação escolar.
Que tal oferecer aos seus alunos a oportunidade de escolherem de que maneira querem ser avaliados? Não seria interessante, se eles pudessem escolher em quais conteúdos querem ser avaliados? E se os alunos é quem produzissem as questões das avaliações? E se eles fizessem todas as avaliações com consulta? Pois saiba que, todas essas ações são possíveis e dão resultado positivo!
Vamos pensar em priorizar conteúdos. Será que todos são imprescindíveis e merecem avaliação? Sei que a escola ainda é conteudista, que o excesso de informações é sinal de ensino forte, que massacrar os alunos com tarefas para casa agradam os pais. Esse é um grande engano e deve ser repensado.
Se a escola adota sistema didático e os conteúdos são determinados e devem obrigatoriamente serem desenvolvidos, sugiro que o professor faça uma consulta prévia a seus alunos, para descobrir quais os conteúdos mais despertam o interesse da turma. Feito esse levantamento, investir nos assuntos escolhidos, trazendo maior significado para os alunos, afinal ninguém aprende o que não interessa. Nesse momento, os alunos já irão se sentir mais participativos e o interesse aumentará. Feito o trabalho de estudo dos conteúdos elencados, chegou a hora de avaliá-los. Experimente pedir para que os alunos formulem questões sobre o que estudaram e troquem essas questões para que os colegas respondam. Pronto, uma excelente maneira de avaliar. Peça que tragam uma avaliação feita de casa apenas com as perguntas e na escola eles mesmos responderão as suas próprias questões. Realize avaliações em grupo. Certa vez, quando dei aula de Didática, separei a sala em grupos. Cada grupo formulava uma avaliação sobre os conceitos estudados e depois os grupos trocavam e realizavam as avaliações. Deu muito certo.
Pensem que os alunos tem maneiras diferentes de pensar sobre os diferentes conceitos, às vezes, formulam questões que nem mesmo pensamos. Aliás na maioria das vezes.
As formas de se avaliar devem ser muito bem repensadas. Para professores e alunos inteligentes, avaliações inteligentes.
Avaliações mal elaboradas para mim, são verdadeiras ofensas às capacidades dos alunos. Uma avaliação compartilhada, estruturada de forma a agregar valor ao processo educacional, certamente faz toda a diferença para uma ação eficaz.
Andrea Cassone
domingo, 2 de agosto de 2015
O PROFESSOR É QUEM FAZ A DIFERENÇA
Quando eu digo que a maior responsabilidade do fracasso escolar está nas costas do professor, sou muito criticada, muito, muito mesmo, mas fazer o que? Minhas experiências e pesquisas me indicam que acima da grade curricular excessiva a imagem do professor ainda é mais importante. Vejam só, dêem para um professor inspirador um conteúdo excessivo e ele irá transformá-lo, irá recriá-lo. Agora pegue um conteúdo excessivo e apresente para um professor tradicional, o massacre educacional será inevitável.
Vamos reinventar na medida das nossas possibilidades. Saiba que é possível. Não quero apenas criticar a prática que existe, quero poder orientar novas posturas.
Apesar das pressões que a educação escolar exerce com as normas, as regras, os horários, a grade curricular excessiva, podemos em pequenas ações transformar a prática já instalada, começamos com pequenas ações que vão ganhando espaço, crescendo e dominando o novo. É um caminho sem volta. Quando encontramos coragem de dar o primeiro passo rumo à novas práticas, rompemos barreiras e obstáculos.
É necessário mudar velhos paradigmas educacionais e eles são muitos. Educar é quebrar paradigmas, se não quebrar não é educação, é pura "ensinagem"!
Você professor, que não aguenta mais as pressões, as metodologias arcaicas que não cabem mais nos tempos atuais, que se sufoca com as cobranças, com a falta de interesse dos alunos, com a indisciplina e que acredita que possa mudar esse cenário, use e abuse desse blog. Vamos! E lembre-se do velho ditado: Um longo caminho começa com o primeiro passo!
EU FAÇO DIFERENTE!
Andrea Cassone
sábado, 1 de agosto de 2015
DÚVIDAS E INSPIRAÇÔES
Vamos fazer o seguinte: Você tem dúvidas quanto a sua prática? Registre aqui suas dúvidas, perguntas ou angústias que eu tentarei te inspirar!!
Relatos de alegrias e conquistas também são bem -vindos!
Relatos de alegrias e conquistas também são bem -vindos!
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