GOSTARIA
IMENSAMENTE QUE PROFESSORES E PESSOAS INTERESSADAS UMA EDUCAÇÃO
MAIS CRÍTICA LESSEM ESSE BRILHANTE TRABALHO BASEADO EM PHILIPPE
PERRENOUD. Minha intenção é relacionar esse estudo com as atuais
circunstâncias políticas e educacionais que vivemos no Brasil e
reafirmar que PROFESSORES QUE INCUTEM IDEIAS PRÉ-CONCEBIDAS PODEM
SER QUALQUER COISA, MENOS PROFESSORES.
Formar
professores
em
contextos sociais em mudança
Prática
reflexiva e participação crítica
Philippe
Perrenoud
Faculdade
de Psicologia e Ciências da Educação
Universidade
de Genebra
1999
Tradução
de Denice Barbara Catani
As
sociedades se transformam, fazem-se e desfazem-se. As tecnologias
mudam o trabalho, a comunicação, a vida cotidiana e mesmo o
pensamento. As desigualdades se deslocam, agravam-se e recriam-se em
novos territórios. Os atores estão ligados a múltiplos campos
sociais, a modernidade não permite a ninguém proteger-se das
contradições do mundo.
“Quais
as lições que daí podem ser tiradas para a formação de
professores? Certamente, convém reforçar sua preparação para uma
prática reflexiva, para a inovação e a cooperação. Talvez
importe, sobretudo, favorecer uma relação menos temerosa e
individualista com a sociedade. Se os professores não chegam a
ser os intelectuais, no sentido estrito do termo, são ao menos os
mediadores e intérpretes ativos das culturas, dos valores e do saber
em transformação. Se não se perceberem como depositários da
tradição ou precursores do futuro, não saberão desempenhar esse
papel por si mesmos.”
Vejam
o que está em negrito, acima. Muito bem, professores
tendencialistas, partidários, militantes conseguem ter a clareza de
que pelo menos são depositários da tradição e percursores do
futuro? Evidente que não. Se defendo um lado, não aceito o outro,
então incuto nos meus alunos as minhas escolhas e tendências. Dessa
maneira, não formarei livres pensadores, pessoas críticas e que
conseguem conviver com opiniões diferentes.
'A
escola pode ficar imóvelem contextos sociais em transformação ?
O
bom senso leva a pensar que, se a sociedade muda, a escola só pode
evoluir com ela, antecipar, até mesmo inspirar as transformações
culturais. Isso significa esquecer que o sistema educativo
beneficia-se de uma autonomia relativa (Bourdieu e Passeron, 1970), e
que a forma escolar (Vincent, 1994) é em parte construída para
proteger mestres e alunos do furor do mundo.
Sem
dúvida, os professores, os alunos e seus pais fazem parte do mundo
do trabalho e, evidentemente, da sociedade civil. Assim, por meio
deles, retomando a fórmula de Suzanne Mollo (1970), a sociedade está
dentro da escola tanto quanto o inverso. No entanto, a escola não
poderia cumprir sua missão se mudasse de finalidades a cada mudança
de governo e tremesse sobre suas bases cada vez que a sociedade fosse
tomada por uma crise ou por conflitos graves. É importante que a
escola seja, em parte, um oásis e que ela continue a funcionar nas
circunstâncias mais movimentadas, mesmo em caso de guerra ou de
grande crise econômica. Ela permanece, senão um "santuário",
pelo menos um lugar cujo estatuto "protegido" é
reconhecido. Quando a violência urbana ou a repressão policial
chegam às escolas, os espíritos ficam chocados.
A
escola não tem vocação para ser o instrumento de uma facção, e
nem mesmo de partidos no poder. Ela pertence a todos. Até mesmo os
regimes totalitários tentam preservar essa aparência de
neutralidade e paz. Compete ao sistema educativo encontrar um justo
equilíbrio entre uma abertura destruidora dos conflitos e
sobressaltos da sociedade e um fechamento mortífero, que o isolaria
do restante da vida coletiva.”
Muito
bem, as escolas brasileiras estão sendo respeitadas acima das
crises? Precisamos urgentemente de uma reforma que possa formar
professores conscientes de seu papel. O Projeto Escola sem Partido,
também não encontra solidez, uma vez que é impossível debater
temas sóciais na sala de aula sem que o professor expresse juízo de
valor, no entanto, se esse professor entende que é seu papel
apresentar aos alunos todas as questões de um assunto, tentando ser
o mínimo tendencioso, pronto, a escola passa a ser um espaço de
reflexões.
“Sejamos
bastante lúcidos, também, para saber que esse paradigma
(profissionalização, prática reflexiva e participação crítica)
não corresponde:
nem
à identidade ou ao ideal da maioria dos professores em função;
nem
ao projeto ou à vocação da maioria daqueles que se dirigem para o
ensino.”
Isso
é real e pouco animador, no entanto Perrenoud continua a discorrer
sobre a real postura do professor competente e se um professor
realmente quer fazer a diferença precisa ler as obras dele.
Podemos
perceber o quanto estamos no caminho errado, pois os conflitos estão
dentro das escolas fato que não levará a um fim positivo. Tivemos a
repercussão da jovem Ana Júlia que com o seu pseudo-discurso causou
inúmeros olhares, no entanto ela veio revestida de um discurso
feito, cheio de contradições e associada ao PT, portanto tudo caiu
por terra.
Critico
sim professores tendenciosos pois eles vivem em goma existencial. Se
compreendessem sua real função, jamais utilizariam seu poder em uma
sala de aula.
Aqui
fica a minha sugestão: Ler Perrenoud.
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