sábado, 11 de fevereiro de 2017

DEPOIMENTO DO LEITOR E AMIGO ROBSON CORRÊA SOBRE O LIVRO ATUAL VIDA PEDAGÓGICA


É com grande satisfação que apareço por aqui pra expressar minha gratidão pelo imensurável presente de vossas mãos.
Quero, aqui, oferecer meus singelos comentários a respeito de vossa obra, que como dito "foi escrito na primeira pessoa do plural", já que foram mais de duas mãos as responsáveis pela escrita.
O começo da obra já me impulsiona a refletir sobre a nossa sociedade. O que o sr. Celso Antunes quis dizer com "tempos líquidos"?
Nas páginas seguintes vejo como é uma pessoa grata, citando exemplo de duas professoras que fizeram total diferença na sua educação. Bom, penso que se citou mais de um nome, além de o de vossa mãe, só pode ser pelo fato de que todo ser humano tem algo bom a ensinar, por mais ignorante que seja, por mais elevada ou frustrante a sua instrução.
Ah, nossos colegas pensadores da Roma Antiga, cobrando pra transmitir o que muitas vezes de graça receberam. É interessante como muda se o assunto é dinheiro. E na ânsia, ou receio de querer montar seu império pisa na cabeça de quem só gostaria de obter a única coisa que não pode ser raptada de nós: o conhecimento. A humanidade cada vez mais corrompida. O que interessa já não é mais, como em sua frase, "a transmissão de saberes", mas o quanto podem lucrar transmitindo o mesmo. E isso acontece desde palestrantes até pregadores do Evangelho. Mas é claro, não podemos e penso que seria até injustiça generalizar. Concorda?
É bem verdade que os relacionamentos estão sofrendo distorções, e, que isso inibe a verdadeira identidade de cada ser. Gosto de afirmar, e posso estar equivocado, que isso acontece devido cômodo jeito de se dialogar através das redes sociais. Quem quer exteriorizar sua identidade tete a tete quando pode ter qualquer personalidade atrás de uma tela de um computador ou celular de última geração?
É momento de resgatar os Valores? Sim! Quem nos criou deixou um manual de instruções de criatura. Mas quem se importa? Olhar para o próprio umbigo é bem mais "egoisticamente" vantajoso.
Com certeza até hoje semeias coraçõezinhos, assim como semeou nos alunos que já passaram por seus ensinos, pois viram a senhora antes de ensinar conteúdos, ser um exemplo de conteúdo.
Estou adorando o livro. Sou grato por ainda existir esse material impresso, já que a moda agora são os livros em arquivo PDF.
Nada como o precioso papel nas mãos e um tempo ósseo, que deixa de ser ósseo ao abrir as duas extremidades em papel mais grosso.
Obrigado.
Robson Corrêa.
"Amor e Sabedoria"

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O INCANSÁVEL AUTOCONHECIMENTO

Acredito que as maiores verdades do universo não estão do lado de fora, no estudo das estrelas e dos planetas. Elas residem profundamente dentro de nós, na magnificência do nosso coração, da nossa mente e da nossa alma. Enquanto não compreendermos o que está do lado de dentro, não poderemos entender o que está do lado de fora."
Anita Moorjani

Essa citação cabe para todo ser humano, no entanto é fator determinante para as pessoas que atuam na educação escolar.
Cabe agora voltar no tempo. Antes da escola formal, as crianças eram educadas pela comunidade, através do exemplo dos mais velhos, portanto, era uma educação real, que acontecia muito através da observação dos mais jovens às atitudes dos mais velhos. A educação era necessariamente um extinto de sobrevivência das espécies. Por esse motivo, o caráter, ética e moral eram muito presentes na vida, basta lembrar que não se assinava contrato, a lei da palavra era mais forte.
Depois surge a escola patrística, com cunho religioso e após a escolástica, na tentativa de racionalizar a fé. Alguns historiadores caracterizam a época medieval como sendo do período em que menos o homem evoluiu intelectualmente, uma vez que o cristianismo dominou toda a manifestação filosófica, científica, educacional e espiritual, barrando qualquer forma de pensamento livre de dogmas e crenças.
No fim da Idade Média, com a Revolução francesa, a educação passou a ser subserviente ao capitalismo, os vínculos se perderam, a essência do agir através do exemplo também, pois sem vínculo emocional o processo passou a ser mais de ensinagem do que aprendizagem, aja visto que pouco lembramos do que aprendemos na escola.
Historicamente, podemos observar que o processo educacional vai sempre servindo a interesses de poder e dominação. Nesse contexto a educação para o aprimoramento integral do homem foi sepultada, dando lugar à manipulação da massa. Insisto em dizer que os professores necessitam estudar a história da educação, para poder compreender como somos pequenos e ignorantes. Compreendendo que a educação hoje é muito mais coerção do que libertação, nossa prática pedagógica muda drasticamente.
Em pedagogias mais humanistas, Waldorf, Montessoriana, priorizaram e valorizaram sempre a figura do professor como sendo de fundamental importância. Os professores que trabalham com essas pedagogias, buscam o autoconhecimento por entenderem que a aprendizagem significativa só acontece se for acompanhada por afeto e pelo exemplo real. Ninguém engana a alma de uma criança.
Um ser humano autentico e íntegro, deve ser a busca dos professores, pois só assim estará realmente participando da construção de uma educação humanista que sirva ao crescimento e evolução dos seres humanos, do contrário apenas fará parte dessa enganação e alienação da educação atual.
Andrea Cassone


domingo, 30 de outubro de 2016

DESPERTAR GRATIDÃO NA GERAÇÃO Z

Pensei nesse tema pela necessidade que estou enxergando nas crianças da geração Z: A FALTA DE GRATIDÃO.
Para delinear minha fala vamos por partes: 1 - O QUE É GRATIDÃO: Gratidão é um sentimento de reconhecimento. A gratidão é livre de julgamento. Quem muito julga é pouco grato. Se somos gratos pela oportunidade de estarmos nessa experiência corpórea, pouco julgamos. Existe uma história muito interessante que nos remete ao hábito de julgamento das pessoas:

Lenda sufi: o cavalo perdido
     Há muitos anos, numa pobre aldeia chinesa, vivia um lavrador com seu filho. Seu único bem material, além da terra e da pequena casa de palha, era um cavalo que havia sido herdado de seu pai.
     Um belo dia, o cavalo fugiu, deixando o homem sem o animal para lavrar a terra.      Seus vizinhos - que o respeitavam muito por sua honestidade e diligência - vieram até sua casa para dizer o quanto lamentavam o ocorrido. Ele agradeceu a visita, mas perguntou:
      - Como voces podem saber que o que ocorreu foi uma desgraça na minha vida?
      Alguém comentou baixinho com um amigo: "ele não quer aceitar a realidade, deixemos que pense o que quiser, desde que não se entristeça com o ocorrido".
     E os vizinhos foram embora, fingindo concordar com o que haviam escutado.
     Uma semana depois, o cavalo retornou ao estábulo, mas não vinha sózinho; trazia uma bela égua como companhia. Ao saber disso, os habitantes da aldeia - alvoroçados, porque só agora entendiam a resposta que o homem lhes havia dado - retornaram à casa do lavrador, para cumprimenta-lo pela sua sorte.
      - Você antes tinha apenas um cavalo, e agora possui dois. Parabéns! - disseram.
      - Muito obrigado pela visita e pela solidariedade de voces - respondeu o lavrador. - Mas como voces podem saber que o que ocorreu é uma bençao na minha vida?
      Desconcertados, e achando que o homem estava ficando louco, o vizinhos foram embora, comentando no caminho "será que este homem não entende que Deus lhe enviou um presente? "
      Passado um mes, o filho do lavrador resolveu domesticar a égua. Mas o animal saltou de maneira inesperada, e o rapaz caiu de mau jeito - quebrando uma perna.
Os vizinhos retornaram à casa do lavrador - levando presentes para o moço ferido. O prefeito da aldeia, solenemente, apresentou as condolências ao pai, dizendo que todos estavam muito tristes com o que tinha acontecido.
      O homem agradeceu a visita e o carinho de todos. Mas perguntou:
      - Como voces podem saber se o que ocorreu foi uma desgraça na minha vida?
      Esta frase deixou a todos estupefatos, pois ninguem pode ter a menor dúvida que um acidente com um filho é uma verdadeira tragédia. Ao sairem da casa do lavrador, diziam uns aos outros: "o homem enlouqueceu mesmo; seu único filho pode ficar coxo para sempre, e ele ainda tem dúvidas se o que ocorreu é uma desgraça".
     Alguns meses transcorreram, e o Japão declarou guerra contra a China. Os emissários do imperador percorreram todo o país, em busca de jovens saudáveis para serem enviados à frente de batalha. Ao chegarem na aldeia, recrutaram todos os rapazes, exceto o filho do lavrador, que estava com uma perna quebrada.
     Nenhum dos rapazes retornou vivo. O filho se recuperou, os dois animais deram crias que foram vendidas e rederam um bom dinheiro. O lavrador passou a visitar seus vizinhos para consola-los e ajuda-los - já que tinham se mostrado solidários com ele em todos os momentos. Sempre que algum deles se queixava, o lavrador dizia: "como sabe se isso é uma desgraça?" Se alguém se alegrava muito, ele perguntava: "Como sabe se isso é uma benção?" E os homens daquela aldeia entenderam que, além das aparências, a vida tem outros significados.

2 - GRATIDÃO é um sentimento, um estado de espírito, totalmente ligado à espiritualidade, então podemos  perceber que o materialismo está cada vez mais avassalador e a tecnologia contribui para esse materialismo. Nesse contexto apresento um quadro, 3 - GERAÇÕES


Não vamos julgar as gerações, vamos remediar o que está acontecendo e avivar a preocupação da geração X quanto às futuras gerações. Em estudos mais aprofundados pude constatar que a geração X tinha mais preocupação em preservar e proteger as gerações futuras, aspecto que a geração Y não tem se ligado muito, o que demonstra uma geração que não educa os filhos e se torna refém deles.
Com isso a geração Z está cada vez mais rebelde e apresenta grande dificuldade em respeitar a sabedoria dos mais velhos, uma vez que se acham donos do saber, ou melhor, acham que já nasceram prontos. Esse comportamento causa uma grande falta de educação e modéstia, originando uma geração prepotente.

4 - SEGUEM ALGUMAS AÇÕES PARA DESPERTAR A GRATIDÃO NA GERAÇÃO Z:
  • Dar muitas opções de escolha para a criança, causa infelicidade pois se a criança não gostar da opção que escolheu, fica sempre achando que poderia ter escolhido melhor, causando sempre um estado de insatisfação;
  • Conversar sobre os acontecimentos do dia em que a família identifica quais  aspectos devem agradecer: uma queda de alguém sem grandes prejuízos, um diagnóstico positivo; ter escapado de uma situação difícil, enfim, agradecer pelo dia;
  • Pare a reclamação: ao invés da criança dizer, estou com fome, explique para ela dizer: - Por favor posso comer algo? Não aceite reclamações sem motivo real. Desenvolva uma visão positiva das coisas;
  • Dizer muito obrigado! Agradecer através de gestos e atos, exemplo; dar uma flor para a vovó, para a professora;
  • Dar em vez de receber: exercícios com os irmãos. Dizer que vamos à loja comprar algo que o irmão está precisando;
  • Diminuir a quantidade de presentes; aniversário, dia das crianças e Natal está de bom tamanho. As crianças precisam desejar muito o que querem e quando ganham depois de muita espera, sentirão gratidão;
  • Realizar tarefas em casa para dar valor para quem as realiza e, assim, valorizarem o trabalho. Se eu não sei fazer, não compreendo o quanto é custoso;
  • Não esperar nada em troca, ajudar sem recompensa;
  • Aprender a agradecer os gestos; nós não enxergamos o ar, no entanto ele é um elemento vital para a nossa sobrevivência. Ter percepção do IMATERIAL.
  • Agradecer a criança quando ela ajuda e contribui com seu esforço;
  • Ao deitar, na hora de dormir, perguntar aos filhos o que gostariam de agradecer naquele dia;
  • Proporcionar o contato maior com a natureza, o vento, o Sol, o calor, as plantas trazem em si o Criador e equilibram o espírito.
Essas sugestões trazem resultados realmente satisfatórios.
Vamos agradecer a dádiva de estarmos no Planeta Terra e fortalecer as futuras gerações para que tenham direito a um mundo mais humano e igualitário, em que viver seja realmente uma experiência de alegrias e conquistas.
Andrea Cassone

FORMAR PROFESSORES EM CONTEXTOS SOCIAIS EM MUDANÇA

GOSTARIA IMENSAMENTE QUE PROFESSORES E PESSOAS INTERESSADAS UMA EDUCAÇÃO MAIS CRÍTICA LESSEM ESSE BRILHANTE TRABALHO BASEADO EM PHILIPPE PERRENOUD. Minha intenção é relacionar esse estudo com as atuais circunstâncias políticas e educacionais que vivemos no Brasil e reafirmar que PROFESSORES QUE INCUTEM IDEIAS PRÉ-CONCEBIDAS PODEM SER QUALQUER COISA, MENOS PROFESSORES.

Formar professores
em contextos sociais em mudança
Prática reflexiva e participação crítica
Philippe Perrenoud

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
Universidade de Genebra
1999

Tradução de Denice Barbara Catani


As sociedades se transformam, fazem-se e desfazem-se. As tecnologias mudam o trabalho, a comunicação, a vida cotidiana e mesmo o pensamento. As desigualdades se deslocam, agravam-se e recriam-se em novos territórios. Os atores estão ligados a múltiplos campos sociais, a modernidade não permite a ninguém proteger-se das contradições do mundo.

Quais as lições que daí podem ser tiradas para a formação de professores? Certamente, convém reforçar sua preparação para uma prática reflexiva, para a inovação e a cooperação. Talvez importe, sobretudo, favorecer uma relação menos temerosa e individualista com a sociedade. Se os professores não chegam a ser os intelectuais, no sentido estrito do termo, são ao menos os mediadores e intérpretes ativos das culturas, dos valores e do saber em transformação. Se não se perceberem como depositários da tradição ou precursores do futuro, não saberão desempenhar esse papel por si mesmos.”

Vejam o que está em negrito, acima. Muito bem, professores tendencialistas, partidários, militantes conseguem ter a clareza de que pelo menos são depositários da tradição e percursores do futuro? Evidente que não. Se defendo um lado, não aceito o outro, então incuto nos meus alunos as minhas escolhas e tendências. Dessa maneira, não formarei livres pensadores, pessoas críticas e que conseguem conviver com opiniões diferentes.

'A escola pode ficar imóvelem contextos sociais em transformação ?
O bom senso leva a pensar que, se a sociedade muda, a escola só pode evoluir com ela, antecipar, até mesmo inspirar as transformações culturais. Isso significa esquecer que o sistema educativo beneficia-se de uma autonomia relativa (Bourdieu e Passeron, 1970), e que a forma escolar (Vincent, 1994) é em parte construída para proteger mestres e alunos do furor do mundo.
Sem dúvida, os professores, os alunos e seus pais fazem parte do mundo do trabalho e, evidentemente, da sociedade civil. Assim, por meio deles, retomando a fórmula de Suzanne Mollo (1970), a sociedade está dentro da escola tanto quanto o inverso. No entanto, a escola não poderia cumprir sua missão se mudasse de finalidades a cada mudança de governo e tremesse sobre suas bases cada vez que a sociedade fosse tomada por uma crise ou por conflitos graves. É importante que a escola seja, em parte, um oásis e que ela continue a funcionar nas circunstâncias mais movimentadas, mesmo em caso de guerra ou de grande crise econômica. Ela permanece, senão um "santuário", pelo menos um lugar cujo estatuto "protegido" é reconhecido. Quando a violência urbana ou a repressão policial chegam às escolas, os espíritos ficam chocados.
A escola não tem vocação para ser o instrumento de uma facção, e nem mesmo de partidos no poder. Ela pertence a todos. Até mesmo os regimes totalitários tentam preservar essa aparência de neutralidade e paz. Compete ao sistema educativo encontrar um justo equilíbrio entre uma abertura destruidora dos conflitos e sobressaltos da sociedade e um fechamento mortífero, que o isolaria do restante da vida coletiva.
Muito bem, as escolas brasileiras estão sendo respeitadas acima das crises? Precisamos urgentemente de uma reforma que possa formar professores conscientes de seu papel. O Projeto Escola sem Partido, também não encontra solidez, uma vez que é impossível debater temas sóciais na sala de aula sem que o professor expresse juízo de valor, no entanto, se esse professor entende que é seu papel apresentar aos alunos todas as questões de um assunto, tentando ser o mínimo tendencioso, pronto, a escola passa a ser um espaço de reflexões.
Sejamos bastante lúcidos, também, para saber que esse paradigma (profissionalização, prática reflexiva e participação crítica) não corresponde:
nem à identidade ou ao ideal da maioria dos professores em função;
nem ao projeto ou à vocação da maioria daqueles que se dirigem para o ensino.”

Isso é real e pouco animador, no entanto Perrenoud continua a discorrer sobre a real postura do professor competente e se um professor realmente quer fazer a diferença precisa ler as obras dele.
Podemos perceber o quanto estamos no caminho errado, pois os conflitos estão dentro das escolas fato que não levará a um fim positivo. Tivemos a repercussão da jovem Ana Júlia que com o seu pseudo-discurso causou inúmeros olhares, no entanto ela veio revestida de um discurso feito, cheio de contradições e associada ao PT, portanto tudo caiu por terra.
Critico sim professores tendenciosos pois eles vivem em goma existencial. Se compreendessem sua real função, jamais utilizariam seu poder em uma sala de aula.
Aqui fica a minha sugestão: Ler Perrenoud.